Que venha o Quinto Ato e que venha sem pressa

Não me venha arrastando a pressa, já nos basta a corrida diária em que o tempo nos escraviza sem piedade. Prefiro que deixe de vir, então, criarei de imediato todos os nossos atos. O primeiro é quando chega na calmaria e me sorri instantaneamente. -Começa minha felicidade a virar um fato, mais rápido que um miojo- Eu também mantenho a calma. Desejo interminavelmente arrancar-te um beijo meio a multidão, mas pra quê a pressa? “No fundo do corredor à esquerda, madame!” O meu convite dá início ao segundo ato. Desejo interminavelmente beijar os seus lábios macios, naquele corredor escuro e vazio… Mas pra quê a pressa? Ficamos um tempo a nos provocar. Respirações se esbarram quentes. Um pouco de tudo o que passa na cabeça dela, um pouco do que berra na minha… Tudo calado, fundindo-se. O Terceiro ato baseia-se quando nossos olhares mesclam-se “Eu tenho medo de cair pra dentro…”. Uma vontade interminável de lamber seus lábios e sugar tua essência pra dentro de mim. Mantendo sempre a calmaria, sou um vulcão quase em erupção! Eu não posso cair no abismo eterno daquele olhar. Desejo interminavelmente que ela caia em mim. Pressiono teu corpo contra a parede. Ela pressiona minha cintura ao encontro da dela e por eu não mais aguentar, começa o quarto ato: Nossos lábios selam parte do desejo que há em nós. Deslizo a ponta da língua delicadamente pela tua boca, enquanto meu dedo brutal, a puxa pelo cabelo. Sou um contraste entre o afável e o indomável. Ela não admite em palavras, mas o pular do teu coração, não mente…Ela gosta! Arrumamos os cabelos e por ora nos damos por satisfeitas! Somos amigas inocentes, ou se preferir… Um pouco mais que meras confidentes. 

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