Que morra quem não sinta.

Vitrais coloridos estilhaçados por todo o chão do porão decifravam os cortes corporais da menina-que-nada-sente. Esfregava-se sem pudor pra sentir qualquer coisa que fosse: Emburreceu-se! Não sentia nem mais a dor. Gostou foi de ver seu reflexo no espelho empoeirado, cacos de vidro a compor sua pele pálida. Um sorriso escapou dos seus lábios enquanto o sangue escapava de seus poros, sentia-se viva de alguma forma e pra contrariar quis falecer formalmente.  Não houve pranto, nem houve vela. Foi apenas um vidro maior mal mastigado, entalado na goela.

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