Permita-se molhar

Customizar um amor corroído pela substância que há no tempo. Deveria ser atemporal mas fazer o quê?! Um dia o temporal sempre vem. Guarda-chuva pra guardar nossos corpos que não querem se molhar. Nos tornamos humanos secos, e então o redor é só sertão. Sertão, secura, há temporal, mas não há cura. Customize um amor, […]

Apenas um texto qualquer

Não! Eu não sei definir, nomear e nem meramente explicar o que tão solenemente deixa-me o peito partido. Talvez sejam suas meias verdades cuspidas num choro fácil e cruel. Choro esculpido nas mãos de um orgulho indomável e totalmente desnecessário… Pare com esse seu show mela-cueca… Abram alas pra realidade: Meu pulso sangra! Sangra por […]

estancar.

As vezes quando o pranto vem eu é que não quero ficar, sabe?! Vivo a procurar incessantemente uma válvula de escape em que de uma vez por todas eu consiga escapar desse turbilhão de sentimentos que me fazem explodir internamente de uma maneira que não seja me afogar em lágrimas. Eu pego uma caneta e rabisco meus […]

E assim, encanto-me.

As vezes no meio da noite abro os olhos assustada para ter a certeza de que está tudo bem comigo, e se de fato sou eu mesma no meu próprio corpo, porque se tem algo que me incomoda é quando meus sonhos escapam repentinamente do controle da minha mente e seguem seus próprios caminhos. Gosto […]

Anime antes de beber.

Quem cala minha raiva é meu grito pela paz que infinitamente transborda luz. Quem seca o meu pranto é minha mão, a mesma que muitas vezes já foi estendida em benefício do próximo. Quem leva a solidão embora é a menina levada, que em vários heterônimos de mim se auto-manifesta. Quê falta então? Falta-me apenas […]

Que morra quem não sinta.

Vitrais coloridos estilhaçados por todo o chão do porão decifravam os cortes corporais da menina-que-nada-sente. Esfregava-se sem pudor pra sentir qualquer coisa que fosse: Emburreceu-se! Não sentia nem mais a dor. Gostou foi de ver seu reflexo no espelho empoeirado, cacos de vidro a compor sua pele pálida. Um sorriso escapou dos seus lábios enquanto […]

Vulgar é não sentir.

Dunas de Marrocos ou Becos na Grécia, serei pra sempre a sua garota perdida, mãe. A mesma que roubava flores da vizinhança pra enfeitar a cozinha, que chorava quando ouvia um “não!”, que ameaçava fugir de casa quando ficava furiosa, que escrevia poemas no guardanapo. Tempo passou apressado e convicto junto com as decepções que […]

Desatino

Cegos ficam os meus olhos para momentos lastimáveis. Homem humilhando gente da mesma raça. Seres desprovidos de caridade. Lixo verbal diariamente espalhado pela cidade. Estou a ficar cega mas não muda. Jamais mudarei. Por isso grito. Escrevo. Vomito. Cadê a garota doce? Ficou cega mas não muda. Reserve dois minutos mas ouça o que tenho […]

Escombros

Olhou em meus olhos com a mesma expressão de autonomia fragilizada, secou sua lágrima unitária e fez descer em seco sua saliva amarga. Doía só de olhar. Laço desfeito feito pó maciço, vômitos eram desesperos, nós na garganta e consciência eram como escombros. Com um abraço e um perdão eu poderia mudar o fim da […]

Afetada e sem afeto

O vento frio do outono leva quase tudo: Folhas secas Papéis sujos Cabelos soltos Borboletas perdidas Só não leva a mim. (nem se quer p’routro jardim) O vento frio de outono trás quase tudo: Vontades secas Planos sujos Destinos soltos Saudades perdidas Só não trás afeto. (nem se quer o cheiro doce de quando havia […]