Ela freou o carro bruscamente, soltou os nossos cintos e orientou “Desça…”. A chuva estava forte e estávamos no meio de uma trilha que desconhecíamos. “Você é louca?!” Cheguei a questionar. Mas a garota sorrindo, encharcada, já fora do carro insistia: “Venha lavar a alma comigo!” Deu a volta, abriu a minha porta e estendeu as mãos. Caramba, ela é gentil até nas próprias loucuras! Nós olhávamos as árvores dançando na chuva e ríamos disso. Os pés melados de lama era apenas um detalhe. A blusa branca justa e molhada, o cabelo bagunçado, e aquele riso gostoso de quem é feliz com o simples… Essa é a mulher com quem eu quero me casar. “Você já beijou na chuva?!” Arrisquei. “Você quer me beijar na chuva, é?!” Respondeu de imediato ao pegar na minha nuca e me engolir com o olhar. Respirei fundo, cheguei mais perto e me rendi: “Eu quero beijá-la em todas as condições climáticas possíveis!”
![](https://lgiraldelli.com/blog/wp-content/uploads/2015/04/rain.jpg)